Recentemente li uma reportagem sobre Cesare Battisti na revista Piauí.
Não quero tomar aqui nenhuma posição sobre as atitudes de cada
autoridade, brasileira e italiana, ou sobre o que deveria de fato ser
decidido sobre sua situação legal. Quero apenas compartilhar um
sentimento que enxerguei naquele homem e que tenho certeza de que é
comum a todos nós.
A reportagem começa narrando o lugar onde se deu a entrevista: na praia, em uma mesa de plástico de um quiosque à beira mar. Em seguida, o dia-a-dia do italiano é apresentado. Diferente do que chamaríamos de uma rotina de "curtição" para alguém que está em liberdade, a reportagem conta como ele passa o dia inteiro caminhando pelas areias desertas da praia carioca nos dias de céu cinzento. Joga pedras no mar e brinca com um garoto de nove anos que deu ao seu amigo mais velho o apelido de "piradinho". Quando pergutado se continua a escrever e a ler ele responde simplesmente que não, muito raramente. "Passei quatro anos fazendo isso quando estava preso. Agora quero cozinhar". Cozinhar? De preferência ao som de um blues e preparando um peixe recém pescado que ele teve o prazer de escolher a dedo em um mercado a céu aberto. Ao narrar, parece até poético, mas a simplicidade da tarefa não deixou de me martelar a cabeça. "Por que não ir a um restaurante com um blues ao vivo, como os numerosos barzinhos de jazz que temos na altura da Paulista em São Paulo?" Porque a liberdade é simples. Liberdade é poder viver com o gosto que esquecemos de saborear a cada segundo que passa. Ir a pé ao trabalho assobiando, ou poder tomar uma ducha quente num sábado de manhã após uma noite romântica com a namorada. Simples, mas idescretívelmente livre. Battisti teve que ser preso para entender o que isso significa. Nunca olhei em seus olhos, mas tenho certeza de que eles carregam essa certeza.
A reportagem começa narrando o lugar onde se deu a entrevista: na praia, em uma mesa de plástico de um quiosque à beira mar. Em seguida, o dia-a-dia do italiano é apresentado. Diferente do que chamaríamos de uma rotina de "curtição" para alguém que está em liberdade, a reportagem conta como ele passa o dia inteiro caminhando pelas areias desertas da praia carioca nos dias de céu cinzento. Joga pedras no mar e brinca com um garoto de nove anos que deu ao seu amigo mais velho o apelido de "piradinho". Quando pergutado se continua a escrever e a ler ele responde simplesmente que não, muito raramente. "Passei quatro anos fazendo isso quando estava preso. Agora quero cozinhar". Cozinhar? De preferência ao som de um blues e preparando um peixe recém pescado que ele teve o prazer de escolher a dedo em um mercado a céu aberto. Ao narrar, parece até poético, mas a simplicidade da tarefa não deixou de me martelar a cabeça. "Por que não ir a um restaurante com um blues ao vivo, como os numerosos barzinhos de jazz que temos na altura da Paulista em São Paulo?" Porque a liberdade é simples. Liberdade é poder viver com o gosto que esquecemos de saborear a cada segundo que passa. Ir a pé ao trabalho assobiando, ou poder tomar uma ducha quente num sábado de manhã após uma noite romântica com a namorada. Simples, mas idescretívelmente livre. Battisti teve que ser preso para entender o que isso significa. Nunca olhei em seus olhos, mas tenho certeza de que eles carregam essa certeza.
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