sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Mão invisível, um BigMc por favor

No centro do redemoinho, é inevitável abrir o jornal e se deparar com várias matérias a respeito da tão falada crise econômica. Nos trinta minutos que tenho de break, entre as garfadas que deposito na marmita, sempre acabo lendo algo; não com o intuito de me meter a economista, mas simplesmente porque quero praticar meu inglês. E nesse lack de objetividade, pela primeira vez um artigo conseguiu arrancar o garfo da minha mão para colocá-la sob o meu queixo. Não se trata de um plano revolucionário para resolver nossos problemas, não, mas leva à reflexão. O artigo era mais ou menos o seguinte:

Depois de Newton, todas as ciências tentaram acomodar-se na noção mecanicista de mundo. A economia não foi uma exceção: a mão invisível dizia que poderia haver alguns passos para fora do caminho, mas de forma geral ela garantia que a humanidade caminhava racionalmente para o progresso. O liberalismo teve seu lugar na história para mostrar isso. Entretanto, atualmente essa teoria não explica o que presenciamos. Não pode haver um número tão grande de pessoas, se assim posso dizer, "burras" capazes de desviar o percurso dos passos para a crise. E qual foi a explicação do colunista americano? As pessoas pensam diferente. Não somos um cérebro gigante e altruísta que tenta buscar a evolução, como o liberalismo acreditava; somos sim mentes egocêntricas, preocupadas em desviar a estória inteira se necessário para que possamos comer um BigMc. O capitalismo é a encarnação desse modo de viver e nossa sociedade, agora chamada de globalizada, nunca antes pareceu tão cofinada. Pois é, a lei da selva é olho por olho, dente por dente. 

Será que estamos presenciando o início de uma drástica mudança? Ou será apenas a repercussão de uma era que acaba de ter início? Não sei, apenas posso garantir que o mundo não está disposto a cruzar os braços e esperar que simplesmente nos cansemos de sermos mimados. Ou crescemos e encaramos o mundo com olhos abertos para ele ou então continuamos olhando apenas para nossas panças Mc fartas e esquecemos que existe um mundo além de nossos umbigos.

3 comentários:

isabela midori disse...

isso é bem verdade. mas eu acho que as pessoas que realmente refletem sobre o assunto é minoria. e que sempre foi. e as que realmente fazem algo em relação a esses problemas são menores ainda. não sei bem. mas ao meu parecer o mundo sempre foi do jeito que é. só que de alguma forma, a gente acredita que estamos mudando para o melhor. eu penso isso porque apesar de melhorar em alguns aspectos, em outros pioramos e estamos agravando cada vez mais. mas não sei bem. não posso opinar muito sobre isso.
então.. é isso aí! :)

Rodrigo Diana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rodrigo Diana disse...

O progresso realmente é algo relativo, como tudo aliás. Os políticos sentem isso na pele. Vão acentar sem-terras para progredir em um aspecto e retrocedem na preservação da Amazônia, por exemplo. Exemplos não faltam...
Apesar disso, é inegável ver como o liberalismo teve influência na revolução industrial.Nesse sentido, não se trata de negar que houve progresso, mas sim de tomar o cuidado para não generalizá-lo demais, como vc comentou: o progresso que no texto fica sendo só econômico. Quem sabe justamente por isso o colunista não encontrou óculos grossos o suficiente para encontrar alguma saída apresentável. É a pergunta que rege a política: tem como não cagar nem na entrada nem na saída?