terça-feira, 11 de agosto de 2009

Brand

Capitalizaram o meu amor.

Entre a porcelana eu te perdi
e a sensação de segurá-lo em minhas mãos é a tortura deste século,
amor pedaço,
amor aos pedaços,

é o que fizeram contigo...


segunda-feira, 29 de junho de 2009

Arcade Fire



Quem vê eles subindo no palco não dá muita coisa: trajes bem simples, no tattoos, óculos de nerd e suspensórios. Cada um pega um instrumento (violino e xilofone entram em uma banda de rock? O.o), ajeitam o cabelo despenteado e de repente começa. Puta som!
Quem diria... esses 7 canadenses já conseguiram, com apenas dois álbuns, chamar atenção até do Grammy! Até o David Bowie já foi tocar com eles.

Bom, pra quem não conhecia, tá ae: Laika, do album Funeral.



segunda-feira, 22 de junho de 2009

Acordei meio filósofo hoje. Olhava para o mundo como se ele quisesse me dizer algo; mas no fundo, acho que era eu quem queria escutá-lo. A sensação que essas manhãs me trazem é indescritível; é como voltar à infância e desenvolver aquele olhar curioso, no tempo em que a rotina ainda não existia. O "bom dia" sai com gosto e tudo parece funcionar. A verdade é que o mundo continua o mesmo, mas nós descobrimos a química de sorrir, para tudo. Acho que isso se chama magia de viver....

Divagando, quase me esqueci do que queria dizer. Acordei meio filósofo, não foi o que eu disse? Pois é, sinto que o mundo não está aí gratuitamente. Estamos tão mergulhados em nossos deveres que posicionamos tudo ao redor de nossos umbigos. Isso é muito triste, mas se chama homem moderno. Eu sou um homem moderno, sem dúvida, mas essa manhã eu fui criatura por algumas horas. E como isso é bom! É perceber que nossa agenda não é a coisa mais importante neste século. Dar-se a chance de observar cada detalhe como se atrás daquele rotineiro objeto houvesse um segredo esperando para ser espiado.
Quero repetir a todos que o mundo não está aí gratuitamente. Ele está aí para ser observado e nos ensinar. Lembrar a cada um a sua condição de criatura e fazer dela uma chance de colocarmos nossas intensas tarefas diárias ao nível da humildade. Ser humilde é a melhor coisa que podemos fazer para nossos egos.

sábado, 6 de junho de 2009

Tatuagem

Solidão, te amaldiçôo? Não, te agradeço. Porque de você vêm meus pensamentos.
Pensamentos do que é puro sentimento. Que fazem minha cabeça girar, brilhar, chorar, sorrir de amor.
Descobri que são os momentos que nos moldam. À merda toda essa hipócrita educação de hoje, quero antes o teu cada e simples olhar. O cada sorriso, riso.
Sou romântico, mas antes disso, sou um apaixonado. Porque eu vi como sua boca soletra as palavras que quero ouvir, que me constróem.
Me projeto para você querendo ouvir mais, querendo descobrir quem eu sou. Não resisto, quero te dar um beijo! Engolir tudo isso, deixar o peito gritar e ter a certeza de que nesse momento ele está farto. Você me chama de bobo e me sinto mais amado do que nunca. Meus olhos tornam o mundo esquecido e a minha pele quer gritar junto quando se arrepia.
Espelhos são falsos. Você reflete o verdadeiro. Sim, você mostra o que estava escondido, descobre o mundo para mim. Por isso, fique. Fique comigo. Não me roube de mim mesmo, é o que te peço.

Mas momentos são momentos. A cadeira de balanço sabe disso, eu não. O tempo passa e os momentos não resistem ao que a própria vida simboliza. A vida, a vida são momentos; um rio que tem sua identidade no que é passageiro. Ah, como isso dói! Como dói ver a correnteza te levar. E eu, incapaz.
A canoa parte. Levada pela correnteza você se vai. E o pôr do sol se encarrega da tua sombra, que fica gravada na minha memória, intacta.




Momentos são momentos, mas o que eles gravam é eterno. Por isso, nunca se esqueça que o amor mora não em um castelo encantado lá em cima no céu, mas nos momentos; terrenos, passageiros, belos e únicos.



À tua meia listrada de sapinho, que só Deus sabe como isso te torna meiga!

terça-feira, 2 de junho de 2009

Se já acordei?
Não sei. De que me importa?
Limito-me a mandar as pernas caminharem...

Ah, e como isso me basta!

quarta-feira, 27 de maio de 2009

E que se faça a luz!

Chamem Drummond para anunciar
para estagnar o trânsito
e gritar
"Um peito acaba de nascer.
Um peito puro!"

Mas, caro Drummond, não pare
Antes fosse a sua rosa...
Mas é um peito
e com ele os olhos também se abrem
Vamos, grite:
"os olhos vêem".
e o mundo começa a viver
viver às custas
do nosso recém-nascido.

Ah, Drummond, como gostaria que fosse a sua rosa que tivesse
[rasgado o asfalto
Porque aí sim:
o trânsito pararia.
Mas é uma pessoa
e o mundo não tem tempo para ela.

O trânsito volta a circular,
E nosso peito é largado ao povo
de olhos abertos

Malditos olhos, escutem.
Eu já tive ética,
Já tive perdão,
Já tive caridade;
Porque já fui um peito puro.
Agora só me resta um álbum de fotos do que já foi meu passado
Um álbum de uma única foto, rasgada e amarelada:
Esperança.

O vento passa e a carrega
devegar, como se me desse tempo de despedir:
"Que você possa parar o trânsito".

“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”. - Rui Barbosa

sábado, 23 de maio de 2009

Venetian Snares




Tentando voltar com a tag de músicas, aí vai um canadense que curto muito: Aaron Funk. Com o título de "Venetian Snares" ele tem lançado suas músicas eltrônicas com um toque erudito muito diferente. Aí vai a minha preferida do álbum "Rossz Csillag Alatt Született". Se chama "Öngyilkos Vasárnap".


Pra quem quiser mais informações sobre ele, aqui vai o site: http://www.venetiansnares.com/music.php
Um passo de distância, mas o suficiente.
E o muro cresceu com 500 metros de altura

Ele se embrenha entre o abraço, as palavras, os olhares
E só deixa passar impotência

Impotência...

IMP!

...

Colo um beijo no tijolo, viro as costas e ando.
Aliás, corro.
Enquanto o infinito te engole
A ti e ao muro

Mas a tua memória é minha
e dela nenhum muro pode me separar
sim: ela é intacta.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

A lição de Adão

"Dizem que Eva foi feita da costela de Adão; não para mim. Para mim Eva foi criada do insubstituível: da alma. Sim, minha Eva foi feita arrancando minha alma. Roubado fui, e a isso não dou a mínima; até chego a pensar que minha alma era baixa mercadoria para você. Tão baixa que um dia você fugiu, esse é o problema.
Minha querida, o mundo sozinho é um lugar estranho. O céu fofo de antes ficou tão longe, as estrelas mornas se tornaram passado morto e o mais pesado é saber que aqueles que amamos precisam um dia partir. Como você.
Tudo se tornou perecível, passageiro; acho que não vale à pena amar, muito menos o meu amor por você! Não entendo, por que me abandonou? Sou amaldiçoado por amar? É isso? Prefiro ser uma pedra então, antes isso a ter o peito sempre gélido!"

Meu nome é Adão. Escrevi isso a um tempo atrás. Eu mudei, mas o mundo acredito que não, porque está forrado de pessoas como eu fora: Adão sem Eva, sem alma. Por isso, quero dizer a todos algumas coisas:

-O tempo mostra que o céu permanecerá distante pelo infinito enquanto Eva estiver longe. E esse infinito significa até onde demoramos para entender que ela não fugiu, mas que nos deu a liberdade. Eva está em tudo aquilo que conseguirmos amar.

-Amar não significa se sentir bem, nem completo. Amar é fazer-se de instrumento para que o outro possa se sentir bem e a nossa plenitude é simples consequência disso. Se um dia se sentir infeliz é porque não está amando de fato.

-Eva nos amou e continua a nos amar.

-E para terminar, saibam que tudo perece realmente, mas não para tornar nosso esfoço vão, e sim para que aprendamos a dar valor a tudo.

À minha família, ao pessoal do Centro Sumaré e a todos que me apoiaram em tempos difíceis.

sábado, 18 de abril de 2009

Bom dia!

Todos trabalhamos com objetivos. Uns mais, outros menos; mas todos precisam de um foco. Não exatamente para poder alcançar algo na vida, mas porque é uma necessidade humana: não conseguimos aceitar a vida simplesmente como um mar que guia o nosso barquinho à deriva.
Entretanto, aos recém completados 21 anos de idade, posso dizer que só isso não me basta. Não me basta porque percebi a engenhosidade da coisa: trabalhar, missão cumprida e lá vem denovo a necessidade de uma nova meta. É a depressiva pergunta "até onde isso vai durar?!". Depressiva porque a rotina nos enfadonha; a mim e a todo ser humano deste planeta.
O que falta é perceber a real regra do jogo: a felicidade não é tão manipulável como imaginamos. É humildade para aceitar o fato de que a vida é para ser vivida. Não como o carpe diem propõe, mas reconhecendo nossos limites. É parar para simplesmente notar como uma simples noite estrelada pode nos fazer feliz. E ela está lá em cima sempre! Da mesma forma com que a vida inteira se extende diante de nós e nos diz: "lhe darei o maior presente de todos, a chance de acordar a cada manhã". E do acordar criamos a chance de fazer diferente, a criatividade para tornar cada dia único e deixar que o amor, com suas carícias e dores, nos diga o que é felicidade, não que nossos objetivos mesquinhos o façam.

sábado, 28 de março de 2009

Curioso adeus

Um mês sem postar nada? Bem, os fatores são diversos. Posso dar a desculpa da falta de tempo, mas acho que ela já está muito manjada. A verdade é que passei por um tempo de muitos pensamentos, mas não conseguia concretizar nada; estava tudo uma verdadeira bagunça. Acho que ainda continua, mas existem certos momentos que parecem nos dar uma luz de como organizar tudo isso. Por isso adoro escrever aqui, é a chance de aproveitar esses segundos preciosos de inspiração e jogar pra fora um pouco da poeira acumulada nesse interim.


Tenho um filho chamado Rodrigo. Lembro-me ainda como se fosse ontem a época em que podíamos andar de mãos dadas sem constrangimento. Lembro de tudo; até da maneira como ele sorria quando lhe abria os braços para fazer um "upa". Ele me contaminou com a beleza do olhar que só as crianças conseguem ter: o mundo é uma eterna novidade. E como essa frase fazia sentido quando estava contigo. Sabe, Rodrigo, nós adultos desaprendemos a perguntar. Tudo é estático e dispensa respostas. Por isso sempre pensei que crescer fosse a maldição da magia que desfrutamos quando pequenos. Mas você a trouxe devolta pra mim, como se tamanha tarefa fosse tão simples quanto o despertar de cada manhã.
De fato, tudo mudou quando você chegou; pela primeira vez consegui ser criança. Quando você estava comigo os problemas se transformavam em aventura, os praguejares em línguas desconhecidas e a vida em.... vida!
Mas chegou um dia em que você precisou partir. A sua liberdade era mais funda que o céu que você me ensinou a admirar e eu não podia fazer nada. Cavei incontáveis tumbas na terra, proibi os passarinhos de cantarem, renunciei a tudo aquilo que aprendi a amar; em vão. Você partiu, simplesmente.
Eu gritava "Rodrigo!" para o eco, mas nem mesmo ele me respondia. O mundo tinha parado e só eu me movia. Nada, ninguém me encarava nos olhos; nem mesmo as plantas. Fui esquecido por mim mesmo, por você.
Procurei em vão alguém que pudesse lhe substituir (Deus! Como essa palavra é pesada). Mas só encontrei cópias, vagas esperanças, falsas expectativas. Rodrigo, você é insubstituível! E o pesar dessa constatação não tinha fim.

(três pontos)

Dia. Levantar, comer, trabalhar, dormir. Dia. Levantar, comer, trabalhar, dormir. Dia. Levantar, comer, trabalhar, dormir. Mais três pontos.

Você voltou. Me cumprimentou, trocamos algumas frases e partiu.
Descobri, nesse instante o sentido do amor. É pesado, mas é belo. Belo como o sorriso que me invadiu enquanto via você se afastando no horizonte. "Vai, Rodrigo. Seja livre"

Dedico esse texto a alguém que sempre me ensinou a viver, mesmo sem saber.
Obrigado.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Quero ser uma cigara

Vazio do peito,
Preencha-te, suma, faça o que quiser,
Mas deixe-me!

Porque és mais pesado do que a existência que o universo lhe
[reservou,
Que Deus lhe reservou!

Judas dos confiantes,
Tu és....
Impronunciável,
Porque estais no meu peito.

Não sei!

Porque o inseto que observa o mundo sabe melhor dizer:
"Vazio não é nada"
Enquanto eu só sei repetir:
"You all I need"

Sabe melhor dizê-lo porque...
É um inseto!
E eu sou inferior:
Sou ser humano, uma alma que insiste em  pulsar.

Por isso, Vazio,
Ensina-me como esquecer a mim mesmo.
Ensina-me como desaparecer!
E ajuda-me a andar no labirinto sem procurar o fim,
Para que eu possa caminhar para sempre,
Simples como o cantar da cigarra.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O amor de nossas vidas

"They say when you meet
the love of your life, time stops.

And that's true.

What they don't tell you
is that once time starts again...
...it moves extra fast to catch up." - Do filme Big Fish.

Acho que é o preço de poder amar.
Nascemos e conosco vem o tempo, pesado tributo.
Mas a vida nos é tão cara; o tempo quase que não nos alcança. E quando o faz, sentamos juntos e damos as mão, como a semente que quer voar o mais longe possível, mas que uma hora também precisa deitar-se no chão. Não para morrer, mas para entregar ao mundo o seu objetivo.

O amor pariu o tempo para que possamos viver e dele tirar o nosso objetivo. E o amor de nossas vidas é ela própria, simples assim.

sábado, 31 de janeiro de 2009

Custo

       Era comum acordar sem que o despertador precisasse se manifestar. Às vezes várias horas o separavam do dia, às vezes eram apenas alguns minutos; mas o fato era que seus sonos nunca mais foram, como é de costume dizer, "profundos". Essa indesejável rotina perdurou por praticamente dois anos... O estranho era que ele não a percebia, e todas as manhãs eram como reflexos de insônias em si singulares. Insônias que, estranhamente, também passavam despercebidas juntas com os jornais que se amontoavam na soleira da porta. Era porque o mundo tinha parado de girar; a única coisa que ainda girava eram seus pensamentos - e como giravam!
       Fazia do tempo que antecedia a sirene do dia o seu confidente; tudo aquilo que se seguisse era esquecimento. De fato, era uma espécie aminésia involuntária como a depressão que se abatia sobre seus órgãos indefesos. Os olhos estavam inchados e os dedos fracos, mas quem mais sofria era o coração, esmagado por uma pressão que julgava ser mais profunda do que aquela existente nos fundos dos oceanos esquecidos. Abraçava seu travesseiro como se fosse a única coisa realmente tangível naquele mundo. E podia permanecer assim por horas a fio sem que a força que lhe aplicava cedesse ou o fatigasse. Agarrava-o como um alpinista agarra a rocha que o prende à vida. Não sentia seus braços, apenas o aperto que fazia seu pulso correr com dificuldade e sua respiração arfar.
        Era paixão que o condenava. Não a paixão em si, mas o que o destino reservou a ela: uma morte jovem. Triste como a morte que se abate ao passarinho que está aprendendo a voar. Pesada. Sempre foi uma pessoa romântica, por isso tinha os ombros mais vergados do que aqueles que deveria ter. Por isso também o copo de whisky era mais fundo, a TV mais entediante e o tempo mais incompreensível. Tão incompreensível que um dia resolveu pôr um fim àquilo que parecia ser interminável.
        Agora o calendário fazia sentido e era possível contar os tais dois anos que se abateram. A pressão tinha sumido.
        Tinha sumido.
               Tinha sumido...

        Sua alma também sumiu. Nunca mais tivera insônia, pressão, olhos inchados, respiração ofegante, nada. Mas também nunca mais a felicidade voltou a seu peito. Olhava para as pedras e para as flores como se fossem irmãs. O mendigo naõ lhe causava mais piedade, o bebê ternura e o sol calor. Seu peito agora era vácuo; sem pressão, sem calor, sem coração.

        A custo ele acabará de descobrir que aquilo que antes condenara era sim uma dádiva: era sentimento!

        Tudo é passageiro. Como diria Mário Quintana:

        "(...)Eles passarão.
        Eu passarinho!"

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Mão invisível, um BigMc por favor

No centro do redemoinho, é inevitável abrir o jornal e se deparar com várias matérias a respeito da tão falada crise econômica. Nos trinta minutos que tenho de break, entre as garfadas que deposito na marmita, sempre acabo lendo algo; não com o intuito de me meter a economista, mas simplesmente porque quero praticar meu inglês. E nesse lack de objetividade, pela primeira vez um artigo conseguiu arrancar o garfo da minha mão para colocá-la sob o meu queixo. Não se trata de um plano revolucionário para resolver nossos problemas, não, mas leva à reflexão. O artigo era mais ou menos o seguinte:

Depois de Newton, todas as ciências tentaram acomodar-se na noção mecanicista de mundo. A economia não foi uma exceção: a mão invisível dizia que poderia haver alguns passos para fora do caminho, mas de forma geral ela garantia que a humanidade caminhava racionalmente para o progresso. O liberalismo teve seu lugar na história para mostrar isso. Entretanto, atualmente essa teoria não explica o que presenciamos. Não pode haver um número tão grande de pessoas, se assim posso dizer, "burras" capazes de desviar o percurso dos passos para a crise. E qual foi a explicação do colunista americano? As pessoas pensam diferente. Não somos um cérebro gigante e altruísta que tenta buscar a evolução, como o liberalismo acreditava; somos sim mentes egocêntricas, preocupadas em desviar a estória inteira se necessário para que possamos comer um BigMc. O capitalismo é a encarnação desse modo de viver e nossa sociedade, agora chamada de globalizada, nunca antes pareceu tão cofinada. Pois é, a lei da selva é olho por olho, dente por dente. 

Será que estamos presenciando o início de uma drástica mudança? Ou será apenas a repercussão de uma era que acaba de ter início? Não sei, apenas posso garantir que o mundo não está disposto a cruzar os braços e esperar que simplesmente nos cansemos de sermos mimados. Ou crescemos e encaramos o mundo com olhos abertos para ele ou então continuamos olhando apenas para nossas panças Mc fartas e esquecemos que existe um mundo além de nossos umbigos.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Em busca de um conceito para "existência"

Tentando sair um pouco da inatividade, aqui vão algumas idéias que estive matutando durante um tempo:



"Penso logo existo". A máxima de Descartes sempre me pareceu muito lógica; lógica porque acreditamos ter um conceito forte do signifiado de existir. Mas percebi que esse conceito infelizmente não passa de intuição. Colocar um "ok" em Descartes exige, portanto, nos perguntarmos primeiramente o que entendemos por "existir".

O desmoronamento começa no momento em que tentamos definir a existência de algo simplesmente analisando se ele ocupa um lugar no espaço e no tempo. Cometemos um grave erro: nossa cosciência é atirada à lata lixo (até onde eu saiba nenhum necrotério conseguiu abrir a cabeça de alguém e achar a dita cuja). Pois é, o que antes parecia tão claro se torna um verdadeiro enigma, não temos certeza sobre a existência das coisas!

A solução que encontrei seria quebrar a existência em dois conceitos:

1. Existência física: algo existe fisicamente se ele ocupa lugar no espaço. Por que não no tempo? Para mim não há uma separação entre tempo e espaço. Simplesmente porque não conseguimos imaginar nada que ocupe apenas lugar no tempo. Esse grupo agrupa o universo que conhecemos e nosso corpo físico.

2. Existência consciente: algo existe se dele estamos cientes. Para mim esse segundo conceito nos fornece um segundo mundo semelhante àquele proposto por Platão com o mundo das idéias. Esse conceito dá existência à nossa consciência (pois estamos cientes sobre nós mesmos) e a muitas outros exemplos que aparentemente poderiam apontar para o anonimato. O zero por exemplo, não existe fisicamente mas em consciência ele existe sim, tanto que o utilizamos largamente na matemática (o mesmo vale para o infinito); Deus, uma ética universal e assim por diante. É um mundo bem à parte, mas que sempre esteve presente guiando e auxiliando o ser humano.

Essa idéia está bem imatura, mas por isso mesmo coloquei ela na linha de fogo. Particularmente gostei muito de alguns resultados que ela nos dá. Pretendo amadurecê-los o publicá-los. Claro, há muitos buracos mas são justamente eles que fazem a idéia se desenvolver. Se for preciso, irei alterar a segunda definição ou então voltar à prancheta e buscar novamente alguma definição única.