domingo, 6 de julho de 2008

O amor como caminho de vida


Sempre pensei que o amor fosse o guia definitivo do homem, aquilo que nos leva ao que é necessariamente bom - aqui, o amor não se restringe apenas à relação homem-mulher, que fique claro. Há vários motivos para isso; podemos ir desde aqueles com um sentido mais metafísico até os construídos de forma lógica. Entretanto, veremos mais à frente que ambos são erguidos em suposições falsas.


Ao lembrar que se chegamos a Deus (ou a qualquer outro Fim cujo nome varia de acordo com a religião) através do amor, então basta ter confiança naquilo que nosso coração diz, numa linguagem um pouco romântica, e nosso caminho estará correto. O mesmo se aplica à lógica de que uma pessoa não amará aquilo que a prejudica e, portanto, o que não é bom. Generalizando: amar é buscar a Verdade, correto? Parcialmente.

O responsável por essa falsa conclusão é supor que o amor é único. Na verdade, existem vários tipos de amor e é em apenas um deles que podemos fundamentar o nosso caminho de vida. Para se perceber isso basta olhar para os presídios. As pessoas que ali estão não praticaram boas ações, mas nem por isso podemos dizer que não amam. Podemos, isso sim, dizer que não amam verdadeiramente.


Para entender melhor o porquê disso é preciso perceber que se algo é de fato bom ele o deve ser para todos. Assim, o amor se divide entre o universal (verdadeiro) e o individual (falso).


A história está repleta de exemplos. O Nazismo é um dos maiores. Certamente Hitler não era um ser único que não amava, mas sim alguém com uma noção errada do que é amar. A raça germânica era a única que merecia seus olhos, todas as demais deveriam sofrer as conseqüências desse monofoco; uma visão jamais universal e, portanto, descomprometida com o que é Verdadeiro. Os resultados falam por si.


O grande problema que vejo é que, mesmo com tantos fatos que clamam pelo nosso aprendizado, continuamos a agir de forma não universal, ou egocêntrica para ser mais simplista. Vivemos em uma sociedade tarada pelo umbigo; desde crianças a motivação está em provar para todos que somos/seremos o orgulho encarnado. A felicidade depende do status, o caminho de vida está no status e o falso amar nunca antes pareceu tão verdadeiro. Resultado: o que vemos infelizmente não são pessoas plenas, mas asilos deprês, quarentões com a famosa crise do "agora não tem volta" e grandes referências de felicidade terminando suas carreiras no suicídio. Não é pessimismo, são fatos.


Assim, proponho trocarmos o atual caminho de vida baseado em sermos alguém por um outro baseado no tornar todos alguém; trocar o amor falso pelo verdadeiro, universal. E dessa forma transformar a história numa exposição de fatos que tragam orgulho à humanidade.

Termino com um trecho bíblico: 1 Coríntios 13

"A excelência do amor

Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, sou como o sino que soa, ou como o símbalo que retine. Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência. mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver amor, não sou nada. Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, de nada valeria!
O amor é paciente, o amor é bondoso. Não tem inveja. O amor não é orgulhoso. Não é arrogante. Nem escandaloso. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê tudo suporta.
O amor jamais acabará. As profecias desaparecerão, o dom das línguas cessará, o dom da ciência findará. A nossa ciência é parcial, a nossa profecia é imperfeita. Quando chegar o que é perfeito, o imperfeito desaparecerá."

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